A musica que escolhi para ser cantada em minha ordenação diaconal em um momento especial de entrega dizia assim “ Eis-me aqui, eu livre estou ao teu dispôr, para onde tu quiseres me enviar…” levo isso a sério em minha vida e ministério.

     Conheci a Cristo em um processo duplo de evangelização, em parte pelo grupo da ABU (Aliança Bíblica Universitária) na UFRPE onde estudava Engenharia de Pesca e pelo grupo de jovens do então Ponto Missionário Anglicano de Boa Viagem. Em um processo de alguns meses fui exposto às Escrituras e minha decisão foi feita após ter lido todo o Novo testamento. 
     Minha decisão pelo ministério ordenado foi fruto de uma longa reflexão e uma consciência de chamado de Deus, comprovada por inúmeras experiências, algumas incrivelmente sobrenaturais outras claramente racionais o que em um balanço de emoções e decisões difíceis me levou à conclusão que esse era o propósito de Deus para minha ida.
     Tenho servido a Deus como ministro ordenado nestes ultimo 19 anos,( completando 20 anos em Abril de 2013). Minha missão de vida inclui “Construir uma Igreja que seja agente de transformação na sociedade” Vivo para isso e para edificar uma família com firmes valores cristãos.  Vivo para a Igreja, amo a Igreja e entendo que a igreja é a instituição imperfeita mais perfeita que existe. Tenho servido como pastor e ao longo dos anos tenho dado a minha parcela de contribuição à Igreja Anglicana e especialmente à Diocese de Recife. Já a representei em diversas ocasiões, conferências, encontros, comissões, em momentos de calmaria, mas também nos momentos mais difíceis por nós vividos. Representei a DR a pedido do Bispo Robinson em um dos momentos mais críticos da vida diocesana, numa audiência pública em Londres e em uma reunião no Escritório da Comunhão Anglicana com o Secretário pessoal do Arcebispo de Cantuária Chris Smith e o Secretario Geral da Comunhão Anglicana  Rev Kenneth Kearon. Onde defendi a nossa condição de igreja fiel ao Anglicanismo histórico e aos princípios bíblicos. Assim creio e assim, hoje vivo.
      Não limito o meu ministério à Igreja Anglicana, pois creio e sou um defensor da unidade da Igreja e de sua ação conjunta na sociedade. Por essa razão, participo de diferentes fóruns cristãos e sempre que possível colaboro com as atividades da Igreja na nossa região.
      Nunca esteve em meus planos pessoais pleitear o oficio de bispo, apesar de ser legitimo fazê-lo quando se sente chamado, mas esse chamado nunca tinha me acontecido. No entanto no dia 26 de Fevereiro de 2012, após a trágica morte de nosso Bispo e sua Esposa e após participar de uma reunião com lideranças diocesanas, tive uma forte sensação de Deus estar me dizendo “Você foi preparado por mim para um tempo como esse!” entendi que os anos de experiência nacional, internacional, plantação de igrejas, relacionamentos eclesiásticos, treinamentos cursos e acima de tudo o ministério pastoral foram anos de preparação para ajudar a igreja nessa nova fase. Quando procurado por um grupo de clérigos da DR que me perguntaram “O seu nome estará disponível para a sucessão”? pela primeira saíram automaticamente de meus lábios estas palavras: “ Eu não posso deixar de disponibilizar o meu nome em um momento como esse” 
       Assim, está o meu nome disponível e estou participando desse processo de escolha da Igreja. Minha história de vida e ministério estão ligados a essa igreja, sou convertido, batizado e confirmado na Igreja Anglicana, nunca deixei seus limites e sempre cri que essa igreja tem uma excelente parcela a dar na evangelização de nossa região, país e do mundo.

              Que a vontade de Deus seja feita.

 Miguel Uchoa