1. Ausência de valores
A geração X, considerada aquela que nasceu após a II grande guerra, viveu uma época de grandes ideais. Surgiu o movimento hippie nos EUA, luta por paz e amor. Mas acima de tudo, houve um ideal por detrás de tudo isso. Havia suporte ideológico se é que me entendem?
Se curtíamos a música curtíamos porque ela falava de amor, mas falava de liberdade, de luta contra o arbítrio, ditadura etc. Havia conteúdo ideológico nas canções, na literatura, no humor.
A geração Y, considerada a atual geração jovem, vive sob a bandeira do sucesso e o Lema é praticamente esse “eu quero me dar bem”. Praticamente inexiste conteúdo ideológico ou valores que sustentam essa geração. Talvez a ultima atitude dessa geração que teve um sopro de ideologia e mesmo assim questionável, foi o movimento dos caras pintadas! Você não vai achar outro!
A musica que se escuta tem em boa parte das vezes apenas um sonido que motiva um rebolado, as mãozinhas levantadas parecem mais que pedem socorro do que estejam dispostas a agir de alguma forma.
Existe muita coisa sendo feita para essa geração na tentativa de imprimir um conteúdo ideológico, ecologicamente correto etc., mas isso, via de regra não é promovido pela geração Y, ainda é promovido pela geração X envelhecida e que tenta empurrar essa geração em outra direção.
A marca dessa geração Y é o consumismo. Uma pesquisa realizada na UNESPE por Loriza Lacerda e Maira Escovar. Mostrou que existe um conflito no que diz respeito ao que se aprendeu “seja você” e o que lhe foi imposto “seja como nós”. A ausência de identidade e a padronização de comportamentos levam a essa realidade.
A geração Z, talvez a de alguns de vocês e com certeza de seus filhos, se projeta para ser algo indefinidamente egoísta, a competitividade aumentará e a probabilidade é de ser uma geração ainda mais alienada de valores, sejam eles morais, sociais, políticos.
2. A cauterização da mente
Pela ausência de interesse na leitura, informativa. Lê-se muito Harry Potter, Crepúsculo etc., mas pouquíssimo ou quase nada de jornal, revistas e livros de conteúdo formativo e de certa forma e no bom sentido, ideológico. Essa ausência, leva o jovem a se tornar literalmente um alienado de seu mundo. Alienação não é uma palavra pejorativa, é real. Ninguém gosta de ser chamado de alienado, mas a maioria da juventude caminha nessa direção.
Existe muita informação mas pouco conhecimento e a internet ajuda nisso, mas a busca é muito grande por futilidades ou aspectos de interesse pessoal que levem ao sucesso. O limite do interesse se encerra no sucesso pessoal, cheguei lá, e isso basta.
Essa geração Y cresceu sob a influência da geração X no sentido de ter herdado de sua época a valorização da lei da vantagem. Não que a geração X tenha defendido isso, mas surgiu nessa época por conta de uma propaganda de TV que tinha como protagonista um homem conhecidamente integro, mas que deu nome a essa lei chamada a “lei de Gerson”
3. Relativização de tudo
Para a geração Y, ser a favor é UP ser contra é DOWN, assim eu sou a favor de todas as causas desde que não mexam comigo. Não me posiciono, veja a gravidade disso. A ausência de tomada de posição. Tudo é valido por que tudo é normal. É aqui que entra o papel de uma mídia corrompida e interesseira em apenas comunicar, não interessa o quê. O que importa são os pontos no ibope.
Assim surgem os programas de humor, uns inteligentes e outros apenas alienados e apelativos. Daí surge a ausência de opinião. “ O que você acha disso?” “ não sei, não me diz respeito” Perceba a arapuca que é isso. Eu não me pronuncio porque não tem nada a ver comigo e gero uma sociedade extremamente permissiva que meus filhos e netos vão herdar. Não há mais uma posição a respeito de valores morais, eles foram colocados todos no âmbito do foro íntimo.
O politicamente correto é a cédula de valor, assim essa geração não se posiciona moralmente, (porque não recebe valores) socialmente (porque é desinformada), politicamente (porque é alienada)
4. E o Futuro?
Na perspectiva social, há uma tendência ao crescimento do individualismo, do consumismo, da ainda maior ausência de ideais etc. Podemos estar criando uma geração muito mais difícil do que atual. O socialmente correto, é correto porque promove, assim surgem as empresas que “investem” em ações sociais, mas que de longe mostram interesse em de fato mudar alguma coisa. Não acredito que uma grande empresa tabagista tenha interesse em promover ações na área da saúde pública.
Na perspectiva cristã, eis a nossa luta, e nosso grande desafio, nosso campo de batalha. Levar essa geração a ser mais fincada em cima de valores morais, mais informada no que diz respeito ao seu meio e mais atuante na vida da sociedade.
O evangelho entra aí como uma proposta equilibrada moralmente, motivadora socialmente e formadora de opinião politicamente.
Se você me perguntar qual é a sua visão para o futuro no que diz respeito à juventude eu posso responder longamente com muitos exemplos etc. e posso simplesmente lhe apresentar a declaração de missão de minha comunidade cristã.
Meu desejo se completaria se cada um dos jovens dessa igreja entendesse e assumisse para si essa declaração.
“Ser uma comunidade cristã, guiada pelo Espírito Santo e comprometida a: Adorar a Deus e Expandir a igreja de Jesus Cristo; viver como uma família em amor; solidificar-se na Palavra de Deus; e ser agente de transformação na sociedade”