Ganhe tudo que você puder, economize tudo que
Claro que Jesus não queria dizer com isso que esse passo daria a ele qualquer salvação, sua mensagem era de salvação pela fé e nada além disso, mas ele segue em sua tentativa de levar aquele homem à compreensão das boas novas sem no entanto ser bem sucedido. A negação dele em doar seus bens aos pobres apenas mostrou que ele de fato não tinha o amor pelo próximo na medida necessária. Se aquela demanda era o que se pedia para a salvação eterna ele deveria simplesmente reconhecer sua limitação em cumprir por si mesmo esse requisito e se colocar como carente da graça de Deus, mas ele simplesmente se retira mostrando que, mesmo conhecendo a Lei, não tinha a total compreensão daquilo que ela mesmo preconizava.
Jesus nunca condicionaria a nossa salvação a nada material, mas por isso mesmo cada um deve se reconhecer pecador(a) e necessitado(a) de sua maravilhosa graça. Mas isso nos coloca diante de uma pergunta que pode nos incomodar, mas que precisa ser pensada com seriedade. Estamos usando os nossos recursos financeiros e materiais disponíveis para a Gloria de Deus? Não assumi que você é rico, apenas que o texto nos coloca diante de uma pergunta que parece não querer calar, até onde entendo a dinâmica do dar como expressão de minha espiritualidade? Quando Jesus afirma a dificuldade dos ricos entrarem no Reino de Deus, ele está nada mais mostrando que os ricos, mas não somente eles, tem a tendência a focar as suas vidas nas coisas materiais. Muitos deles se tornaram ricos porque fizeram isso a vida toda e presos a essa visão materialista de mundo, dificilmente se colocam disponíveis com suas posses para servir a Deus.
Quando eu disse que não somente os ricos tem a tendência a focar suas vidas nas coisas materiais, tento denotar o que nos e obvio, que sem a compreensão da dinâmica de Deus, tanto ricos como não ricos não entenderão jamais que dar é mais bem aventurado que receber. Que esse foi o exemplo daquele que se deu por nós, que nunca quis receber nada senão servir ao propósito de Deus. Ora, se queremos ser iguais a ele, porque focamos nossas vidas muito mais no receber do que no dar, porque questionamos tanto isso, porque isso nos incomoda tanto? Minha resposta a mim mesmo tem sido sempre que isso acontece porque ainda estamos muito distante da compreensão do que seja a vontade de Deus e a nossa submissão a ela. Coloque-se hoje diante de Deus e questione-se a esse respeito, o que você tem feito nesse sentido, para não somente compreender melhor isso, mas também colocar em prática.
A carta aos coríntios segue a ministração sobre a relevância da nova aliança, o ministério do Espírito. Muitos ainda vivem na antiga dispensação, estão ainda com a compreensão limitada, encobertos pelo véu. Colocando-me dentro do contexto do evangelho trago essa reflexão para nossa compreensão dizendo que a Lei dizia que o dízimo era uma obrigação, mas a graça diz que o coração doador é uma expressão de um coração que entendeu que na economia de Deus quem dá se assemelha a quem tudo deu por nós, que pensa somente em receber se distancia daquele que tenta se aproximar de nós com seu amor e sua graça.