Liberdade pela Graça
Marcos 2:23-3:6;1 Coríntios 4:1-7

Os mestres da Lei não se extinguiram, eles estão ainda vivos dentro do espírito legalista de muitos cristãos que não conseguem viver o escândalo da Graça.
M. Andrade
 
 Continuamos com Jesus fazendo sua peregrinação pelas terras de Israel e enfrentando suas idiossincrasias.  É importante atentarmos para estes textos como lições tão atuais quanto possíveis, elas refletem a natureza da alma humana que transpassa os séculos. O ser humano não mudou muito desde então, alguém pode dizer o contrário mostrando os avanços e mesmo a “evolução” humana através dos séculos. Claro, houve avanços, mas quando falamos do mais interior do ser, quando tratamos do espírito e das coisas da alma, não me parece haver muita diferença. Quando submetemos o comportamento humano a uma análise mais profunda percebemos essa semelhança de reação, de comportamento que além de varar os tempos, vara também as culturas, nacionalidades, situação social ou econômica. O ser humano é o mesmo.
Estamos diante de um episódio que pode nos mostrar isso de maneira evidente. Jesus está realizando a obra de Deus e anunciando o Seu Reino. Ele está fazendo o bem, salvando pessoas, libertando cativos, anunciando as boas novas aos pobres, dando vista aos cegos, assim como estava previsto na profecia. No entanto ali estava um grupo de mestres da Lei, homens de rígida religiosidade e que com uma extrema facilidade tinham o seus dedos em riste apontados para os mínimos detalhes da lei ou de suas tradições. Mas não tinham a consciência de que estavam diante do próprio Rei da Glória. Os discípulos colheram algumas espigas de uma plantação, debulharam e comeram e isso levou os mestres da lei a protestar os acusar de romperem a guarda do sábado. É muito importante que saibamos que em nenhuma hipótese eles estavam quebrando a lei, nem o sábado. As plantações tinham uma margem em suas bordas que delas era permitido colher algumas espigas para necessitados e, além disso, a maior queixa dos mestres era que, ao debulharem as espigas, estavam executando trabalho e isso não seria permitido no sábado. Na realidade, apenas havia uma tradição dos anciões que dizia isso, não havia nada na Lei de Deus falando sobre o assunto. Mas aos religiosos, as normas humanas, as regras, ritos e tradições se confundem com a Lei de Deus e nelas essas pessoas se apegam mais que tudo.
Jesus dá a resposta na medida certa e cita o episódio de Davi, sendo caçado como um rato alimenta a si mesmo e a seus homens com os pães do templo, reservado para os sacerdotes em situações normais. Deus não o julgou por isso, ao contrário o manteve vivo e depois restaurou seu reino e sua vida. Se Deus não culpou a Davi pelo feito quanto mais culparia os discípulos por algo que sequer estava na Lei? O segundo episódio mostra uma situação semelhante e a resposta de Jesus não é diferente: devo fazer o bem neste dia ou não? Mas essa não é a mente dos religiosos, eles preferem uma letra morta que um Espírito que vivifica e assim perdem o privilégio de viver um relacionamento íntimo e profundo com Deus. O silêncio como resposta desses mestres mostra que a Palavra de Deus cala qualquer atitude que se levante contra a Sua vontade e vence toda a tradição e costume que se oponha a realização de Seu propósito.
Em nossas vidas não pode e nem nunca poderia ser diferente, obedecemos a Deus e à Sua Palavra em primeiro lugar, seguimos costumes é bem verdade e isso não nos deve fazer mal algum, quando eles estão submissos a Palavra e não a uma tradição morta apenas. Como cristãos lidamos hoje com inúmeras situações onde percebemos essa inversão de sentidos, esse legalismo insano que tem levado muitos a compreender a Graça de uma forma tão limitada e ainda escravizada à uma lei humana e a costumes e tradições que foram criados por homens e nada mais que isso.
Jesus dá uma lição nesses homens e a pergunta que faz calar a todos os lábios e mentes legalistas é “o sábado foi criado para o homem ou o homem para o sábado?”  ou seja fomos criados para a liberdade e vida com Deus ou para nos escravizarmos a limites humanos que nos privam de realizar as boas obras que Deus de antemão preparou para nós. Portanto rejeite toda tendência à rigidez da Lei e abra seu coração para a graça e os braços da misericórdia de Deus, nunca cobre de ninguém nem de si mesmo(a) qualquer coisa que o coração de Deus não cobra nem que não se pode atestar pela Sua Palavra.
Provavelmente você já deve ter sido exposto a alguma situação onde algo pode lhe ter sido cobrado e que avaliando a Palavra, você não encontra base nela mesma para tal solicitação. Pode ter sido comportamento, atitude, alguma regra, alguma coisa que lhe é solicitado que de fato não lhe liberta, ao contrário, lhe escraviza, lhe prende a grilhões. Saiba que a graça de Deus e Seu imenso coração de misericórdia lhe envolve em todo tempo e dentro dos limites da Graça está a paz de espírito que você precisa. Tenha certeza que você foi criado para viver  essa liberdade com Deus e não para ser podado por leis e normas humanas.
Minha Oração
Senhor, ajude-me a identificar todo e qualquer resíduo de legalismo em minha vida, que a Tua Maravilhosa Graça possa emanar naturalmente de dentro de mim e que eu, da mesma forma viva por ela. Mantém meu juízo longe de apontar para outros, especialmente nas coisas que Tu desejas abraça-los.