Sábado 39 Dia de Escuta

Atitude  

Mc 10:46-52;2Co 4:13-18
A nossa natureza está no movimento: O repouso completo é a morte
Pascal
Um homem que durante toda a sua vida não teve o privilegio de poder enxergar a luz do dia, as cores da natureza e a face dos seus semelhantes, alguém que nunca pode perceber as expressões que um rosto humano expressa como resultado de sentimentos como dor, tristeza, reflexão, alegria, desencanto, dúvida … talvez para alguém que enxergue isso possa parecer mais que normal, mas pense comigo, ser privado disso algo sutilmente triste.
Assim era a vida de Bartimeu, conhecido na região ao ponto de ser mencionado pelo nome pelo evangelista Marcos, que registra o episódio de hoje para nossa reflexão. Sempre que leio esse texto me ocorre algo a observar que me parece inédito nos meus muitos pensamentos sobre essa história. Entre todas elas me chama muito a atenção a atitude de Bartimeu e o que o cercou. A narrativa diz que quando soube que era Jesus passou a gritar pelo seu nome. Aqui vem a primeira atitude que me chama atenção nessa história.
INICIATIVA, o que conseguiremos sem ela? Pouco, posso lhe garantir, pouco diante do que podemos obter com ela. Ele sabia quem era Jesus, mas como tantas pessoas, poderia simplesmente esperar uma iniciativa de Jesus, ou permanecendo em seu estado de inercia, não se mover. Não estranhe, iniciativa, pro ação não é algo que está na pessoa da maioria das pessoas. Boa parte delas espera que as coisas aconteçam ao invés de provocá-las. Qual e a sua postura quanto a isso? Jesus está passando a cada dia, a cada momento diante de você, como agora mesmo quando você lê, medita e, aplica ou não estas palavras. Bartimeu se levantou, foi na direção de Jesus, ele sabia que ele poderia sarar a sua vida, dar a ele a visão que nunca teve e por isso, levantou-se e partiu. Você tem alguma duvida em relação a isso? você sabe que Jesus pode? Portanto o que está esperando? Parta em direção a ele, tenha INICIATIVA.
PERSEVERANÇA, quando se levantou e foi na direção de Jesus, Bartimeu pode perceber que seu maior inimigo naquele momento não era a sua deficiência visual e sim aqueles que, não enxergando o propósito do amor de Deus em Cristo tentavam impedir que ele se aproximasse de Jesus. Uma guarda voluntária de segurança de Jesus já se colocava a postos e o repreendia quando clamava. Essas pessoas representam aqui obstáculos que se colocam em nossas vidas. Podem ser mesmo pessoas, mas também podemos considerar aqui situações, nuanças de nosso ser, ausência de fé, desilusão, cansaço etc.
Esses obstáculos são comuns em todas as vidas. Olhando a atitude de Bartimeu, me inspiro para seguir tentando, para nunca desistir pois certo é que Jesus sempre estará passando e por onde ele passa ele deixa a sua marca de amor e de misericórdia. Li algo certa vez algo que dizia que a tristeza em ver as pessoas que desistem  com facilidade e perceber que elas sequer sabiam o quanto estavam perto da vitória quando tomaram essa decisão. Jesus disse que a semente brotou, mas observa “com perseverança”.  Portanto, PERSEVERE
FÉ, ninguém vai longe na vida com Deus sem exercê-la. A bíblia diz que sem fé é impossível agradar a Deus. Bartimeu tomou a iniciativa, perseverou mas isso se deu por conta da fé que havia em seu coração. Aquela certeza das coisas que não vimos ainda, é o que nos move. Nossa fé é fortalecida pelas situações da vida, pelo exemplo de outras vidas e pela história do povo de Deus ao longo da sua história. Quando vejo acontecer na vida de alguém a resposta de Deus, isso fortalece não apenas aquela pessoa, mas a mim também, Deus é de fato, um Deus de promessas e nisso está fundamentada a  minha existência. Não deve ser diferente na sua. Pense sempre nisso.
No texto da carta aos coríntios Paulo está tratando exatamente disso. Cri por isso… cri por conta de minha fé, de minha certeza de que ele sempre agirá e de uma forma ou de outra, eu estarei ali sendo abençoado com sua perfeita vontade. O apóstolo, baseado em sua própria experiência apresenta as situações da vida que se colocam diante de nós, os obstáculos, barreiras e os sofrimentos que ele, sabemos enfrentou tanto e especialmente por fazer a vontade de Deus. Ele coloca a necessidade de olhar para que não se vê, isso é eterno. Talvez aqui se aplique as coisas que não se veem como as coisas espirituais, as promessas uma vez que essas coisas são eternas e as demais, como ele mesmo diz, são transitórias.
Com o exemplo de Bartimeu em sua ATITUDE, PERSEVERANÇA E FÉ,  e com o exemplo prático de Paulo e de sua própria caminhada, siga hoje na direção do acerto e que seu acerto seja no alvo de ser e fazer a vontade de Deus sempre.
Minha Oração

 

Deus, preciso tomar decisões em minha vida, preciso seguir na direção do acerto me ajude a ter atitude, a perseverar e a ter fé em todas as situações

6a Feira 38o Dia de Escuta

Primeiro os que Servem 

    Marcos 10:32-45;2 Coríntios 4:1-12
E chegado o momento de substituir o ideal de sucesso pelo ideal de serviço

Albert Einstein

 

Não poucas vezes me deparo com situações no evangelho onde me pergunto até onde os primeiros discípulos de Jesus de fato estavam o seguindo por algum interesse privado, por ser uma novidade ou porque de fato estavam entendendo a mensagem de Cristo. Em seguida vou terminar concluindo que da fato seria uma mistura disso tudo. Em alguns momentos poderia isolar uma dessas possibilidades e ainda outras mais, noutros concluo que eles na realidade estavam muito aquém de uma real compreensão. A leitura de hoje me lança na segunda possibilidade.

Jesus está anunciando aquilo que é o desfecho de sua missão, o momento crucial, o ápice de tudo aquilo que ele veio fazer neste planeta, a razão pela qual Deus se fez carne e habitou entre nós. Aquilo que se transformaria mais tarde no maior exemplo de amor jamais visto em toda história do universo quando Deus entrega seu filho por amor de cada um de nós. Perceba a seriedade do momento, veja como Jesus está quase que perceptível nas letras , com um coração pesado. Mas de repente, ele acaba de falar e esses homens, como alunos em uma sala de aula, levantam as mãos para o direito a uma pergunta, uma dúvida que precisa ser esclarecida. Neste instante, o professor, mestre da sala de aula fica na expectativa de uma pergunta inteligente ou, que pelo menos se refira com fidelidade ao assunto que vinha sendo tratado. Mas alguns dos alunos, como quem não está ligado com o assunto levantado pelo mestre, se saem com uma pergunta que vai ao avesso do tema. “Mestre, queremos que nos faças o que vamos te pedir”.  Sim , o que desejam? Queremos ter privilégios, queremos diferenciação, queremos destaque!!!

Oh meu Deus, Jesus de fato tinha domínio próprio, paciência e todos os demais componentes do fruto do Espírito. A minha vontade, apenas lendo o texto é a de dizer alô…. vocês estão ouvindo o que ele está dizendo? Seu mestre está narrando sua via dolorosa, sua jornada em sofrimento, sua expectativa da morte humilhante e vocês estão preocupados com privilégios e diferenciações? Mas depois, com mais calma, vejo que essa é a realidade de uma humanidade dacaida, de um ser humano distanciado de sua perfeita imagem e semelhança com o criador. Esses somos nós em nossa parca compreensão de Deus e de seu propósito.

Somos chamados para anunciar e viver essa realidade de sacrifício vivida por Cristo em nosso favor, de tudo que ele viveu e da forma que ele morreu por nós que por nossa distancia de sua perfeição nada mereceríamos. Mas, muitas vezes estamos sim preocupados  com nossos privilégios, com o que receberemos e muito pouco nos preocupamos com aquilo que precisamos dar. Talvez você diga agora, mas comigo não é assim, eu não busco posição, diferença, ou qualquer privilégio. Mas me permita dizer que você se engana nessa afirmação. Sim você busca, você deseja, tanto que quando não vem , seu coração se entristece, seu folego desfalece, você até derrama lagrimas, sofre, mas, mesmo assim continuará afirmando que “ não se preocupa com essas coisas” por favor, entregue-se à verdade. Se nada disso lhe incomodasse, você não ficaria dessa forma quando se trata de não receber  reconhecimento. Os louros fazem falta a todos nós.

Depois de seguir inquerindo eles a respeito do que eles poderiam aguentar e sempre tendo deles a resposta que se assemelha a uma insistência no equivoco. Sim nos podemos… Jesus deixa de lado sua tentativa de argumentos e fecha seu pensamento dizendo que o mais importante na sua perspectiva é aquele(a) que  serve. A perspectiva de privilégios não encontra eco no evangelho, a diferenciação será sempre na contra mão do mundo e dos seus governos e poderes. Vale mais, quem serve mais.

Paulo vai concluindo seu argumento de defesa do seu próprio ministério, se coloca como alguém que anuncia uma luz e não como alguém que tem uma luz. Ele tira om foco da mensagem de sua própria vida e a coloca no centro do evangelho, na pessoa de Jesus Cristo. Quando Paulo se coloca como um anunciador da mensagem “Mas não pregamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo, o Senhor, e a nós como escravos de vocês, por causa de Jesus.”em seguida vem a sua ênfase pessoal na fragilidade de cada um e na sua própria. O Tesouro,  que é a mensagem do evangelho, o poder de Deus, temos como em vasos de barro que somo nós em nossa fragilidade.

Tanto o evangelho de hoje quanto a carta aos coríntios vai nos remeter a nossa dependência de Deus, a nossa fragilidade e ao poder exclusivo da mensagem do evangelho que é o poder de Deus para a salvação de quem crê.  Hoje você está percebendo a grandeza da mensagem e a pequenez de quem anuncia. A nossa vida é sim privilegiada em diferentes aspectos, ao receber e aceitar a mensagem, em servir a Deus como veículo dela. Ela é poderosa, nós  frágeis. Nossa fortaleza está na consciência desse fato.

 

Minha Oração

Senhor, que o meu ser compreenda que meu maior privilégio é servir à tua causa e que a  minha consciência perceba a fragilidade deste ser e a preciosidade de tua mensagem sempre nessa ordem

 

5a Feira 37o dia de Escuta

Um Coração Doador 

Marcos 10:17-31;2 Coríntios 3:7-18
Ganhe tudo que você puder, economize tudo que
você puder, doe tudo que você puder
John Wesley

 
Na continuidade de seu ministério, Jesus está ali, saindo de sua casa onde havia ministrado a muitos, logo na saída esse homem veio em sua direção, era um homem rico, judeu e cumpridor dos seus deveres religiosos, como ele mesmo afirma. A sua declaração a Jesus parece sincera, ele de fato estava interessado em ouvir uma palavra do mestre. No entanto, nem sempre, mesmo querendo ouvir, ouvimos o que queremos. A sua questão era algo chave a essa altura, Jesus vinha ensinando sobre a vida eterna, colocando oposição à Lei pela sua ausência de graça e misericórdia, ele queria saber o que precisava fazer então. Quando chama Jesus de bom mestre, é questionado por Jesus com esse tratamento e em seguida mais uma vez testado no conhecimento da Lei. Não temos elementos para achar que Jesus estivesse mais que testando a fé e o interesse daquele homem, conhecido nessa história como o jovem ricoJesus estava tentando expor a realidade do pecado com a Lei , esse homem ainda estava pensando na salvação como algo que se consegue fazendo algo.

É importante perceber que Jesus cita cinco dos dez mandamentos e todos eles se referem ao relacionamento com o próximo, talvez numa tentativa de, usando a lei questionar aquele homem se ele de fato amava o próximo como a si mesmo. Nessa tentativa o jovem responde positivamente que faz tudo isso desde há muito tempo, em seguida Jesus vai mais adiante, e coloca a sua lealdade aqueles mandamentos numa perspectiva diferente a real negação de si mesmo se desfazendo do que tem e doando ao próximo.

Claro que Jesus não queria dizer com isso que esse passo daria a ele qualquer salvação, sua mensagem era de salvação pela fé e nada além disso, mas ele segue em sua tentativa de levar aquele homem à compreensão das boas novas sem no entanto ser bem sucedido. A negação dele em doar seus bens aos pobres apenas mostrou que ele de fato não tinha o amor pelo próximo na medida necessária. Se aquela demanda era o que se pedia para a salvação eterna ele deveria simplesmente reconhecer sua limitação em cumprir por si mesmo esse requisito e se colocar como carente da graça de Deus, mas ele simplesmente se retira mostrando que, mesmo conhecendo a Lei, não tinha a total compreensão daquilo que ela mesmo preconizava.
Jesus nunca condicionaria  a nossa salvação a nada material, mas por isso mesmo cada um deve se reconhecer pecador(a) e necessitado(a) de sua maravilhosa graça. Mas isso nos coloca diante de uma pergunta que pode nos incomodar, mas que precisa ser pensada com seriedade. Estamos usando os nossos recursos financeiros e materiais  disponíveis para a Gloria de Deus? Não assumi que você é rico, apenas que o texto nos coloca diante de uma pergunta que parece não querer calar, até onde entendo a dinâmica do dar como expressão de minha espiritualidade? Quando Jesus afirma a dificuldade dos ricos entrarem no Reino de Deus, ele está nada mais mostrando que os ricos, mas não somente eles, tem a tendência a focar as suas vidas nas coisas materiais. Muitos deles se tornaram ricos porque fizeram isso a vida toda e presos a essa visão materialista de mundo, dificilmente se colocam disponíveis com suas posses para servir a Deus.
Quando eu disse que não somente os ricos tem a tendência a focar suas vidas nas coisas materiais, tento denotar o que nos e obvio, que sem a compreensão da dinâmica de Deus, tanto ricos como não ricos não entenderão jamais que dar é mais bem aventurado que receber. Que esse foi o exemplo daquele que se deu por nós, que nunca quis receber nada senão servir ao propósito de Deus. Ora, se queremos ser iguais a ele, porque focamos nossas vidas muito mais no receber do que no dar, porque questionamos tanto isso, porque isso nos incomoda tanto? Minha resposta a mim mesmo tem sido sempre que isso acontece porque ainda estamos muito distante da compreensão do que seja a vontade de Deus e a nossa submissão a ela. Coloque-se hoje diante de Deus e questione-se a esse respeito, o que você tem feito nesse sentido, para não somente compreender melhor isso, mas também colocar em prática.
A carta aos coríntios segue a ministração sobre a relevância da nova aliança, o ministério do Espírito. Muitos ainda vivem na antiga dispensação, estão ainda com a compreensão limitada, encobertos pelo véu. Colocando-me dentro do contexto do evangelho trago essa reflexão para nossa compreensão dizendo que a Lei dizia que o dízimo era uma obrigação, mas a graça diz que o coração doador é uma expressão de um coração que entendeu que na economia de Deus  quem dá se assemelha a quem tudo deu por nós, que pensa somente em receber se distancia daquele que tenta se aproximar de nós com  seu amor e sua graça.

Minha oração

Senhor, apenas me ajude a entender a dinâmica da entrega e a pequenez do que significa pensar apenas em receber sempre.

 

 

 

4a Feira 36o Dia de Escuta

Dependo de Ti

Marcos 10:1-16;2 Coríntios 2:14-3:6

No coração do homem, um grito. No coração de Deus a provisão

Stanley Jones

 

Hoje, vou mais uma vez lhe sugerir que comecemos a nossa meditação pelo texto da carta aos coríntios. E ainda mais, iniciarei pelas ultimas frases, que correspondem aos versos 5 e 6 do capitulo terceiro. Estas são palavras inspiradoras. Particularmente, um dia, quando decidi aceitar o chamado de Deus para seguir no ministério e me tornar um pastor estas palavras foram decisivas para mim, minha melhor tentativa de argumentação com Deus no sentido contrário ao seu chamado era de que eu não tinha a capacidade de realizar aquilo para o que ele estava me chamando. O que Paulo escreve vem confirmar isso, de fato nós, por nós mesmos, não temos essa  capacidade, e ele afirma “ a nossa capacidade vem de Deus” . Para tudo aquilo que Deus demanda de nós ele mesmo nos capacitará, sempre. Já vimos nestes dias que até em nossas limitações em resistir ao mal ele nos dá o escape, a saída, portanto se assim faz nesses momentos assim fará nos momentos onde ele mesmo tem um propósito definido para nossas vidas.
Dentro do contexto, Paulo está dizendo aos coríntios, que o estavam rejeitando como apóstolo, e dele demandavam uma carta de apresentação, que a carta dele era a vida de cada um deles e a obra de Deus realizada através de seu ministério. Ele era ministro ordenado pelo Espírito e não por letra, sabedoria ou homens. Isso mais uma vez nos deixa a certeza de que naquilo que Deus demanda, ele comanda. Muito cedo, em meus dilemas pessoais quanto a compreender o chamado, recebi um conselho de um experiente pastor, hoje falecido. Ele me disse, quando Deus chama, Ele se responsabiliza, quando alguém se chama, a responsabilidade é pessoal.
De alguma forma, eu e você fomos chamados para sermos o aroma de Cristo em todo canto, em todas as situações onde nos encontramos e em cada uma dessas situações devemos ter a certeza de que Cristo estará sempre ao nosso lado, como ele mesmo prometeu, até a consumação de todos os tempos. Tenha a certeza de que essa é a verdade, esse é o fato, ele está aí com você nesse exato momento lhe sendo presença divina, inspiração e força em cada situação. Talvez o meu chamado seja diferente do seu, muito provavelmente isso é verdade no que diz respeito às particularidades de nossos chamados, mas de forma comum somos chamados para testemunhar de Cristo e sermos o seu aroma, sempre.
O evangelho vai tratar de uma assunto que diz respeito ao casamento e o divórcio. A Lei dava o direito ao marido se divorciar de sua mulher pelos motivos que ele considerasse relevante e muitas vezes esses motivos eram banais. Isso se tornou um problema sério pois a baliza da justiça humana, falha e extremamente limitada estava mais uma vez sendo o prumo da retidão e, tanto eu quanto você sabemos que isso nunca funciona, não temos tamanha capacidade, julgar não a nossa melhor atribuição, tanto que Jesus nos alerta quanto a esse atributo “ não julgueis …”
Jesus diz a eles que Moisés escreveu aquilo por conta da dureza de nossos corações, exatamente pela ausência dessa habilidade de julgar o que seja correto e pela nossa impossibilidade de seguir com perfeição o projeto de Deus. Claro que o plano perfeito de Deus para nossa vidas e o casamento como parte delas, é, e será sempre uma relação permanente, estável e duradoura. No entanto, a dureza de nossos corações em cumprir o projeto perfeito de Deus, as nossas muitas limitações em seguir sua direção  fazer aquilo que ele mesmo deseja sempre, temos visto tem sido uma de nossas grandes dificuldades. Sem entrar aqui nos meandros desse assunto, que não é um consenso entre os cristãos e nem mesmo fora desse círculo, é importante observar que o que se torna aqui muito importante é o que o apóstolo tenta dizer aos coríntios, viver a vida, exercer ministério, desenvolver relacionamentos, deve sempre e sempre ser algo dirigido pelo Espírito de Deus e nunca pelos nossos próprios juízos, eles são sempre muito limitados.
Hoje receba essa palavra como exortação dos céus, viva a sua vida na dependência do Espirito de Deus, tome suas decisões sempre orientadas pela direção do Espírito, somente  assim nossos corações estarão “ amaciados”o suficiente para que a Graça seja suficiente como guia e a severidade da Lei nunca se faça necessária.

 Minha Oração

 Senhor, reconheço minha incapacidade de julgar a mim mesmo e a outros. Me ajude a enxergar tudo pela lente de tua graça, com o coração amolecido pelo teu amor e pemperado sempre coma tua misericórdia.

 

 
3a Feira 35o dia de Escuta

3a Feira 35o dia de Escuta

Viver Aprumado 

Mc 9:42-50;1 Co14:20-33a, 39-40
Estou procurando alguém que me leia o evangelho
com o sotaque de Cristo
W.V. Martins

 
Uma palavra dura essa que Jesus traz nesse momento, é melhor morrer do que desviar alguém que crê com ensinos enganosos. Isso me faz tremer e temer mais do que qualquer outra coisa. Sei que nem sempre percebemos essa preocupação em todas as pessoas, mas no momento deixe isso de lado, até porque a nossa capacidade de julgar, temos visto, é bastante limitada, mesmo em algo tão obvio como talvez imaginemos ser esse caso.
O exemplo, testemunho e anuncio da verdade é algo que devemos ter atenção redobrada.  E as ilustrações dadas aqui por Jesus nos deixam sem qualquer dúvida. É melhor perder algo para o quê damos muito valor como um membro importante do corpo, uma mão, um olho do que fazer alguém se desviar da verdade.
Perceba a importância dada por Jesus a isso e pergunte a si mesmo(a) hoje, dou essa mesma importância? Se sim, Deus te abençoe, se não, é tempo para refletir, pensar e agir na direção de acertar o prumo. Esta semana estava observando o uso do prumo numa obra aqui em minha casa, meu filho perguntou oque e isso? Se referindo ao prumo, expliquei: filho você já ouviu a expressão desaprumado? Sim disse ele, pois bem perceba que sempre se refere a alguém que perdeu a linha, a retidão, alguém que “penço” não está alinhado com uma referencia qualquer. Na vida com Deus é assim, enquanto não nos aprumamos a referência de sua vontade, de sua Palavra estamos desaprumados e nosso testemunho está “penço”. Vimos no evangelho que Jesus dá uma seriedade a essa questão que nem sempre nós mesmos damos.                       
Na carta aos coríntios e na continuidade da ministração relativa aos dons do Espírito, Paulo está insistindo no propósito dos dons e não apenas nos benefícios pessoais que podem trazer para nossas vidas. Eles existem e isso não e negado pelo apóstolo em nenhum momento, mas talvez por conhecer bem a natureza humana ele adverte com foco no que chamamos de objeto dos dons, eles existem acima de tudo para glorificar a Deus, a sua razão de existir é essa em primeiro lugar.
Mas vejo aqui uma ligação com o que estamos observando no evangelho de hoje, a questão do testemunho, agora no sentido  de propósito. Se o dom, seja ele qual for não servir ao seu propósito para que servirá? Para levar alguém ao engano da vaidade? Para dar a alguém a pobre convicção de um prazer pessoal em detrimento da glória de Deus? Pense, tudo isso pode também desviar alguém do perfeito propósito de Deus, e isso seria arriscado segundo o que Jesus colocou no evangelho de hoje.  O que fazer então? pergunta Paulo!
Na resposta a sua própria  indagação ele diz que tudo deve ser feito com ordem e com decência. As coisas de Deus sempre seguirão nessa direção. A ordem e a decência de um testemunho, a ordem e a decência do exemplo, do modelo a ser seguido. O foco naqueles que chegam e ainda não conhecem a verdade do evangelho mais uma vez , percebam é aqui tratado como muito importante. Mais uma vez a Palavra dá relevância ao que nossas vidas e testemunho pode ser para aqueles que nos observam.
Em Poucas palavras nessa reflexão de hoje pense sobre a seriedade de ter a Palavra de Deus como Prumo para a sua vida e a necessidade de ser esse exemplo e testemunho em todas as dimensões e para todas as pessoas. Talvez você esteja ainda refletindo na mensagem de domingo e nesse Tempo de Escuta, esteja ouvindo a voz de Deus nessa direção, viva essa realidade, seja exemplo e assim, glorifique a Deus.
Minha Oração
 Senhor, quero ser  e viver aprumado coma Tua vontade e fazer aquilo que seja exemplo para qualquer pessoa que me observe, em qualquer situação

 

 
2a Feira 34o Dia de Escuta

2a Feira 34o Dia de Escuta

Privilégio de Servir

Mc  9:30-41;1 Co14:1-19

Se você faz qualquer coisa pensando em louros,
na perspectiva cristã isso já perdeu o seu valor

M. Andrade

 Depois de um período retirado com seus discípulos, Jesus está de volta a Carfanaum, a sua cidade e em casa conversa com eles. De antemão é importante observarmos que mais uma vez Jesus se retira para um período de comunhão e ensino com os seus discípulos mais próximos. Mais uma vez precisamos perceber que estes momentos são uma realidade em todo ministério de Jesus e assim, precisam ser em nossas vidas. Um Tempo de Escuta, como esse que você está tendo nesses dias, meditando neste devocional, orando diariamente pode ser ao mesmo tempo transformador e preparador para  sua vida. Creio e assim espero, que a essa altura você já percebeu isso.
O ensino que quero pinçar nestes textos de hoje se monta em cima das palavras de Jesus quanto aos privilégios. Perceba que Jesus os questiona sobe o que falavam, como se já não soubesse. Quem é o maior?  Você vê como a natureza humana continua a mesma e sempre foi em todos os tempos desde a queda e o afastamento de Deus? Esses homens estavam andando com Jesus, pondo suas vidas em risco, abandonando seus negócios, mais ainda assim, lhes faltava a compreensão das coisas mais simples do evangelho.
O evangelista registra que eles não entendiam quando Jesus lhes falava da necessidade de sua própria morte! Não me espanta a confusão em suas mentes quanto a isso, me chama sim a atenção o fato de eles ainda não terem entendido que no Reino de Deus os privilégios não seguem a mesma hierarquia do mundo, e assim ainda buscavam ser beneficiados de alguma forma.  Aqui Jesus ensina sobre como deve ser o nosso coração daqueles que querem viver com Jesus, puro, sincero, verdadeiro, essa é a marca de um coração que serve a Deus. Esse é um coração de servo e como ele mesmo disse, os primeiros serão os que servem, essa é a natureza daqueles que vivem o Reino de Deus, servir.
Claro que esse texto tem outras lições, aliás é um texto bem rico, apesar de curto, talvez porque Jesus está ministrando intensamente e sobre diferente assuntos. Mas mantenhamo-nos nesse tema. Como você enxerga essa questão em sua vida cristã? Como você vê a sua vida, o seu esforço em servir e até o seu sacrifício não ser colocado em consideração na hora de contar para seus supostos privilégios? Sejamos sinceros, de alguma forma, sempre aguardamos algum tipo de recompensa, é isso que entendemos como privilégios, um ganho, um “plus” por conta do que fazemos. Por mais que não desejemos, a ausência de um simples reconhecimento já nos coloca insatisfeitos e com o sentimento de termos sido injustiçados. Isso é a falha de nosso ser, as raízes de uma natureza decaída. Não se martirize por isso, mas também não se contente com isso. Lute com todas as suas forças para vencer qualquer sentimento que lhe sugira ter algum privilégio, pois o maior privilégio nosso, como cristãos, é servir.
Isso fica claro quando na carta aos coríntios Paulo, após falar sobre a excelência do dom de amar no cenário de todos os dons ele faz a comparação e sugere dois dons, o de línguas estranhas e o de profecia. Para melhor compreensão ´importante que saibamos que quando o apóstolo fala aqui de profecia, o termo usado se refere àquele(a) que fala por Deus, que anuncia as coisas de Deus e não especificamente, nesse caso, trata de profecia como uma visão antecipada das coisas, dos tempos e fatos. Um simples oráculo de Deus, se assim podemos chamar de simples,  é o que está posto aqui. Ora ele afirma que aquele que fala as coisas de Deus e que assim pode fazer muitos entenderem o propósito de Deus muito mais importante do que aquele que fala em línguas estranhas, pois se não houver interprete, estará falando em mistérios a Deus e mais e ninguém, senão ele mesmo será beneficiado. Perceba o cerne da questão, serve melhor a Deus quem serve a outros , quem abençoa outros. Isso em si deve ser considerado um privilégio maior do que qualquer outro existente.
Provavelmente você já se sentiu entristecido(a) por não ter sido reconhecido(a) por algum trabalho realizado, seja na igreja, seja na sua profissão ou em qualquer situação. Não aceite esse sentimento como normal e até justo, como alguns pensam. Se você faz qualquer coisa pensando em louros, na perspectiva cristã isso já perdeu o seu valor e, mesmo tendo abençoado outros, não está trazendo benção para você. Por isso atente para as palavras de Jesus, complementadas pelos exemplos de Paulo, é a Palavra de Deus lhe dizendo, alegre-se em ser útil ao próximo e não entenda isso como um simples discurso de retórica, mas como a profundidade da mensagem do evangelho em toda a sua simplicidade.
 
Minha oração
Deus, meu ser deseja ser reconhecido, meu intimo busca esse sentimento, mas minha consciência e meu coração sabem bem que a Tua Palavra é a verdade, me ajuda a negar a mim mesmo nisso e desejar apenas ser útil, em qualquer situação.