por Miguel Uchôa | 17 mar, 2013 | Blog
Sigo para o alvo
O exemplo é um idioma que todos os homens podem compreender
Walter B. Knight
Hoje iniciamos mais uma semana de nossa caminhada nesses 40 dias de Escuta. Temos escutado muito de Deus através da leitura e meditação no evangelho e na carta de Paulo aos coríntios. Hoje numa reflexão que nos lança para mais uma semana temos a afirmação evangélica de que Deus se fez gente, carne e habitou entre nós, se fez como nós, viveu como nós, sofreu como deveríamos sofrer para nos livrar do pior sofrimento, a morte eterna.
A afirmação de que nele, Jesus, habitou toda plenitude de Deus e que assim toda luz estava nele nos mostra o caminho da salvação e nos deixa uma única direção a seguir, a direção da luz. Não faz qualquer sentido uma opção pelas trevas, as trevas dificultam nosso andar, bloqueia a nossa visão e não nos dá uma ideia clara e verdadeira da vida. Optamos por Cristo porque nele vimos toda luz. E assim como João não era a luz mas apontava para a luz, assim eu e você devemos ser e viver. Nossa vida deve apontar para a luz de Cristo.
Na carta aos filipenses percebo dois fatos que podem nos ensinar riquezas profundas, verdadeiras e impactantes. Em primeiro lugar vejo que Paulo, refletindo sobre a sua própria vida, sua história, seu pano de fundo familiar e religioso, a tudo considera irrelevante diante do que ele ganhou em Cristo. O que era lucro….
Paulo tem a ideia perfeita de sua imperfeição, não obstante ter uma história que lhe daria altas credenciais no meio religioso de então, mas para ele, foi considerado como “esterco”, como algo sem valor diante do que ele afirma ter ganho em Cristo. Ora, se esse gigante de Deus se considera nada e sua história perda, entendo que esse pode ser um bom exemplo para rever meus valores e assim perceber o que tenho valorizado na vida.
É forte demais a afirmação desse fariseu convertido quando ele diz “Mas o que para mim era lucro, passei a considerar como perda, por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus” Pense sobre isso um pouco, reflita e veja o que você tem considerado lucro na vida.
A segunda observação que faço no texto aos filipenses é na afirmação que faz esse apóstolo dos gentios, escolhido a dedo por Deus, pinçado entre tantos, a quem é tributado boa parte dos ganhos da sociedade ocidental e a maior parte da influencia que a fé cristã
exerce no mundo até os dias de hoje. Quando o vejo dizendo que ainda está distante do plenitude, que segue para o alvo e que assim, cheio de esperança, se mostra um ser humano com todas as suas limitações.
Me vejo nesse homem, me espelho nesse gigante, me inspiro nesse servo, especialmente chamado pelo Senhor para seguir adiante em minha missão de servir a Deus com meus talentos, dons, habilidades, recursos e tudo que dele mesmo tenho recebido e que, apesar de mim mesmo posso manter firme a esperança de que Deus pode me usar, provavelmente já o está e cabe a mim reconhecer isso e responder ao seu chamado.
Aquele que se fez gente, se fez como eu, veio em meu resgate, agora me capacita e me dá a consciência de que mesmo diante de minhas limitações me mantenho no alvo, na direção de ser e fazer a Sua perfeita vontade.
Minha Oração
Deus, nada mais desejo do que a certeza de que estou seguindo na Tua direção , olhando para ti como alvo e tendo a certeza sempre de que tu, feito gente conosco, estas conosco a cada momento.
por Miguel Uchôa | 16 mar, 2013 | Blog
Amor, o tempero
de todos os Dons
Mc 9:14-29; 1 Co 13:1-13
O amor é a fita métrica com a qual se mede o cristão
Roger W. Johnson
Jesus não permitiu que se fizesse as três tendas para que pudessem ficar no topo do monte experimentando a transfiguração. O desejo de Pedro foi natural, qualquer um de nós desejaria a mesma coisa, mas Jesus sabia qual era a missão e nunca hesitou em cumpri-la. Agora eles estão descendo o monte e encontram os outros discípulos rodeados de pessoas e um jovem possuído por um demônio e um pai desesperado.
Assim é conosco, a humanidade está gemendo de dores, o mundo que jaz no maligno está diante de nós e por isso não nos cabe estar contemplando exclusivamente a experiência da transfiguração, experimentando do gozo da presença plena sem prestar atenção no gemido do mundo. Seria de nossa parte uma atitude egoísta agir assim. O mundo e suas necessidades estava ao pés daqueles discípulos que, se dependesse deles, estariam no topo do monte gozando daquela impressionante experiência. Creio que não poucas vezes estamos sujeitos a agir da mesma forma, a nos acomodarmos a um cristianismo que contempla, mas que não age. Esse não é o cristianismo de Jesus. Como disse alguém, “ Igreja só é Igreja quando uma mão se estende ao alto em adoração e a outra se estende para baixo em socorro”
Jesus encontra aquela cena de apreensão e, como vimos, um pai que se desespera na tentativa de conseguir ajudar seu filho possuído por um espírito maligno. A cena é triste, chega a doer o coração quando, como pai que sou, imagino a cena. Os discípulos bem que tentaram expulsar aquele espírito mas não conseguiram. Jesus, como que num desabafo questiona a fé deles. Porque ele disse aquilo? Ora, não estranhe, Jesus já havia dado a eles autoridade, ensinado como se faz, eles já vinham experimentando o poder de Deus, mas mesmo assim, se viram incapazes de solucionar aquele problema. Não tiveram a autoridade suficiente para ordenar aquele espírito que se retirasse.
A verdade é que na vida cristã e especialmente no exercício do ministério cristão nos defrontamos com situações difíceis, momentos de luta onde nossas forças não são suficientes para resolver certos casos. Fugir disso é um sinal de dissimulação, e caminha para uma atitude hipócrita. no exercício do ministério cristão nos defrontamos com situações difíceis, momentos de luta onde nossas forças não são suficientes para resolver certos casos. Fugir disso é um sinal de dissimulação, e caminha para uma atitude hipócrita. Ao contrário, mostra uma atitude de humildade e reconhecimento de nossas muitas limitações e Deus, gosta de um coração assim.
O diálogo de Jesus com aquele pai em desespero pode também mostrar qual deve ser a nossa postura sempre. A resposta dele mostra a ambiguidade da fé , o paradoxo da fé e da descrença. Na realidade, queremos crer, e cremos, mas ainda estamos cheios de dúvidas. Claro que não gostamos dessa contradição interior e até certo ponto irracional, mas é assim que somos, frágeis. Jesus coloca com clareza, Deus pode tudo, mas você precisa crer. Um fato importante que me chama a atenção é o fato da compreensão de Jesus. Ele sempre nos compreende muito bem, entende nossas limitações e, diferente de pessoas que culpam sempre os outros pela ineficácia de suas orações colocando sobre eles o peso e a culpa da ausência de fé, Jesus os exorta sim, mas em seguida executa a obra, mostra mais uma vez o poder de Deus e ensina-os mais uma vez.
Lembro de alguém que me procurou com um peso em seu espírito pois ao ter se submetido a uma oração por uma pessoa e ter tido as promessa da cura daquele mal , dias depois fez o contato para perguntar o que fazer porque seu problema continuara, a sua frustração foi grande ao receber a resposta fria e desumana de que o problema era dela e o ocorrido se devia a sua ausência de fé. Não, de fato não é essa a postura de Jesus e por isso jamais deve ser essa a nossa postura. A verdade é que Jesus os consola dizendo que certas situações são especiais e por isso requerem uma postura especial ( Jejum e oração). Fugir disso, é fugir do que Jesus mesmo afirma.
Talvez você se encontre pensando sobre isso em sua vida, sobre as dificuldades que tem encontrado de viver e aplicar a sua fé no dia a dia de sua vida, nas barreiras que muitas vezes tem impedido a sua ação como cristão(ã), mas perceba que as palavras de Jesus são ao mesmo tempo exortativas e consoladoras. Ele está lhe dizendo, dedique-se mais a oração, jejue se for preciso, fortaleça-se, prepara-se pois neste mundo enfrentamos “castas” que nos desafiam a cada dia. Portanto vigie, ore e esteja atento(a).
O apóstolo segue em sua ministração sobre a necessidade, a aplicabilidade a relevância e o propósito dos dons espirituais. Seu ensino chega no dom do amor. A leitura desse texto não encontra seu sentido pleno quando lido isoladamente. Continua sendo verdade, sendo bonito, inspirativo mas, somente encontra seu propósito no contexto desse ensino, o ensino da relevância dos dons na igreja. Perceba que estamos refletindo sobre como cada dom tem um papel no corpo, como o corpo funciona com todos os dons como membros relevantes e, nesse momento ele coloca o amor como o dom que “tempera” todo o ensino. De nada vale todos esses dons, essas operações de milagres, esse movimento espetacular sem que esteja presente o amor. No episódio que me referi podemos perceber isso. Aquela pessoa que desejava apenas uma explicação, uma palavra amiga, um gesto de amor, um consolo para a sua fé que parecia debilitada, recebe um balde de água fria, uma palavra árida que tenta livrar-se de qualquer culpa pelo “não resultado” daquela oração imputando sobre o outro toda e qualquer culpa. Faltou o tempero do amor nesse contexto.
Um conselho que costumo dar às pessoas é que aceitem suas limitações, se compreendam como imperfeitos e deixem claro que não têm todas as respostas e que isso não significa em momento algum falta de fé, nem tampouco retirará sua autoridade espiritual. Tenho aprendido que meu papel orar sempre e o que vai além disso depende apenas de Deus e de mais ninguém. Nunca desanime pelos desafios que a vida lhe impõe, nunca se culpe por resultados não ocorridos, eles não dependem de você, mas essencialmente da soberana vontade de Deus.
Minha Oração
Senhor, hoje meu desejo é que tu possas me ajudar a compreender os mistérios da Tua soberana ação. Permita que os meus dons e a prática deles esteja sempre temperada com o dom supremo do amor, que em tudo coloca uma pitada de tua graça.
por Miguel Uchôa | 15 mar, 2013 | Blog
Glória e Adversidade
Marcos 9:2-13;1 Coríntios 12:27-13:3
O discipulado de Jesus tem de ser vivido na realidade do mundo
Dietrich Bonhoeffer
É bem verdade que Jesus acabou de ministrar sobre o que significava segui-lo, e vimos que não era simplesmente aderir a um discurso, mas entrar na essência desse discurso(mensagem) através de uma conduta que exige negação de si mesmo. Perceba que depois de ministrar sobre isso no texto anterior ele diz que alguns dali não morreriam sem ver com poder o Reino de Deus. Pois bem , aqui estava o que ele estava se referindo. Pedro, Tiago e João foram esses privilegiados que viram com poder a glória do reino de Deus. A cena da transfiguração de Cristo foi algo celestial jamais visto por qualquer olho humano exceto por esses três discípulos. Foi uma visão, um presente, um momento de fortalecimento pois ao serem ministrados sobre o difícil caminho que os aguardava ao mesmo tempo foram privilegiados antevendo a glória do Reino de Deus.
Este episodio nos mostra a realidade do grandioso Plano de Deus trazendo Jesus no centro representando o cumprimento da promessa de Deus ladeados por Elias que representava ali os profetas e por Moisés que representava a Lei, além dos próprios Pedro, Tiago e João representando o povo de Deus, chamado e amado por Ele mesmo. Além disso a nuvem que sempre representou a presença de Deus e por fim a voz do alto confirmando esse é meu filho amado, ouçam-no !
O caminho não e de facilidades, a porta é estreita, a negação de si é uma condição fundamental, mas essa é a realidade do Reino de Deus uma glória “indizível” uma realidade que a nossa humanidade comum tem dificuldade de compreender. Aqueles homens precisavam daquele momento para enfrentar o que eles estavam prestes a enfrentar dali em diante.
Não vejo como muito diferente daquilo que nós muitas vezes experimentamos, mesmo sendo em uma dimensão que imaginamos ser de menor grandeza, é tão importante vivermos as experiências com Deus, aqueles momentos onde a Sua presença é quase palpável. Esses momentos servem de fortalecimento pois a vida cristã normal se vive diante de muitos obstáculos e das dificuldades que este mundo nos coloca quase que diariamente, situações que insistem em provar a nossa fé, insultar nossa crença, provocar nossa boa vontade.
Quando conheci a Cristo, dentro da Universidade, me perguntavam se eu poderia provar isso ou aquilo, e eu sempre dizia e continuo dizendo, não posso provar muita coisa e não me interessa fazê-lo, no entanto a experiência que eu vivi com Cristo ninguém pode me provar que não foi real, ninguém, mesmo que tente, pode insinuar que foi algo apenas de meu coração, um choque emocional… já tive alguns desses e sei que meu encontro com Cristo foi uma experiência real, inigualável, inegável que , claro envolveu meu coração, mas foi complementada por todo meu ser , corpo, alma e espírito e disso eu não abro mão.
Meditando nessa passagem, pense nisso, escute oque Deus está lhe dizendo, valorize cada experiência que tenha com Deus, observe as experiências dos santos, e tenha tudo isso como uma reserva de motivação para aqueles momentos onde a porta se estreita, o caminho se complica, o mar parece que não vai se abrir e firmados naquilo que você vive com Deus possa estar firme na caminhada. E você escutará aquela voz que dirá da mesma forma “Este é o meu Filho amado. Ouçam-no!”
O apóstolo segue sua ministração aos coríntios e traz o ensino ainda centrado na Igreja como Corpo de Cristo, onde cada membro tem seu papel, agora, Paulo afirma que Deus distribuiu dons para o bom funcionamento desse corpo e cada pessoa será sempre equipada com um dom e ninguém terá todos os dons. E creio que facilmente podemos compreender que Deus em sua sabedoria não nos daria todos os dons pois assim nos bastaríamos e isso é antítese daquilo que Deus, desde o inicio procurou fazer com o ser humano, fomos criados como seres sociais que precisamos dos outros para viver. A vida humana e uma interação e na proposta de restauração de Deus em Cristo isso é um ponto decisivo, o poeta norte americano já dizia que nenhum homem e uma ilha em si mesmo… e essa conclusão não saiu do nada senão da própria essência que Deus colocou dentro de cada um de nós.
Talvez você esteja necessitando se descobrir dentro dessa realidade, talvez ainda seja preciso que você conheça mais de si mesmo para perceber aquilo que Deus tem reservado para sua vida e qual o seu papel dentro desse corpo místico chamado Igreja de Jesus Cristo. Mas uma coisa você sabe e hoje passa a ter certeza, quando Deus disse “ouçam-no” isso envolveria uma negação de si mesmo, um caminho a trilhar, um dom para se capacitar, uma missão para realizar e uma Glória para contemplar. Firme-se nisso e a nuvem de adoração possa lhe envolver.
Minha Oração
Jesus, que aminha vida seja um instrumento em tuas mãos e que a cada dia olhando em volta de mim e para minha própria vida eu posa ter sempre a convicção inabalável de que em todo tempo Tu estas comigo.
por Miguel Uchôa | 14 mar, 2013 | Blog
Mc 8:27-9:1;1 Co 12:12-27
Nada em mim existe que não seja tudo de Ti
M. Andrade
Hoje eu gostaria de começar pela referencia da carta aos coríntios. Esse texto tem muito a nos ensinar e nesse tempo de escuta, é muito importante que tenhamos um tempo para refletir sobre a nossa dependência de Deus. Pense bem, ou ela existe ou ela não existe. Não há como nos posicionarmos aqui no estilo “parte de mim depende , mas existe uma outra parte não consegue depender. Na realidade ou eu dependo de Deus ou não dependo.
Alguém certa vez me disse que existia um candidato num estado da região setentrional do Nordeste do Brasil que tinha como bandeira de sua campanha a frase “ 90% Honesto”. Verdade ou não isso me serve para dizer que essa pessoa está afirmando a sua desonestidade, ou sou ou não sou , você concorda?
Da mesma forma é a nossa relação com Deus, Ele nos capacita com Dons espirituais, nos habilita a fazer a Sua obra, com Sua ajuda desenvolvemos atividades, ministérios, igrejas e as vezes me impressiona como Deus usa algumas pessoas de uma maneira tão especial e com tanta eficácia. Nesse capítulo Paulo está tentando por ordem no entendimento de que Deus é o autor e consumador de tudo e que em nossas mãos está apenas o executar. Quando vamos além disso, tenha certeza começamos a nossa jornada em direção a queda.
Não sabemos com exatidão todos os detalhes da situação da igreja em Corinto, mas com certeza sabemos que uma de suas dificuldades estava na área da administração dos dons. Seu ensino nos próximos capítulos se concentrará nessa área. Quando passamos a nos orgulhar de nossos dons, habilidades e consequentemente de “nossas”realizações, terminamos ferindo a nós mesmos e a quem estiver por perto de nós. É bem verdade que todos nós temos dons e todos os dons vem de Deus, são dados por Ele. Se não reconhecemos de fato essa verdade terminaremos por assumir o crédito por nossas realizações e já vimos para onde isso nos levará. Ao passo que ao desenvolvermos uma visão ajustada de nós mesmos creditamos a Ele tudo que temos e fazemos e a gratidão é o nosso principal sentimento.
O corpo somente funciona com cada parte cumprindo o seu papel e não há aquele membro que é mais importante, apesar de em nossa concepção humana e falha somos bastantes tendenciosos a fazer isso. Na vida cristã e na edificação de uma igreja saudável é fundamental que essa compreensão seja muito clara. Cada um de nós tem um papel e cumprí-lo é a nossa tarefa maior.
Agora vamos ao evangelho e vejamos a relação das palavras de Jesus com esse fato inexorável. Jesus tinha uma missão que somente ele poderia executar, ele veio a este mundo ara isso, se fez carne, habitou em nosso meio, sofreu o que sofreríamos, viveu o que viveríamos e isso, estava muito claro na mente de Jesus. Ele estava se preparando a essa altura para seguir para Jerusalém e assim ser imolado pelos pecados de todo mundo. Mas perceba a reação de Jesus ao ser sugerido por Pedro que ele não deveria seguir a Jerusalém e assim sofrer, morrer e cumprir seu papel de salvador do mundo. Claro que Pedro não tinha noção do que estava dizendo, mas pareceu ser usado pelo diabo e por isso a repreensão de Jesus “ para traz de mim satanás” . Tudo aquilo que impede que possamos cumprir cabalmente o nosso papel, ministério e vocação é obra maligna e deve da mesma forma ser repreendido. Deus nos deu dons para serem usados, talentos para serem disponibilizados, enterra-los, esconde-los ou simplesmente agir com displicência com respeito a eles é permitir que o diabo vença esta etapa em nossas vidas.
Estamos vendo Jesus ministrar , não àqueles discípulos apenas, mas a cada um de nós. Escute o que a Palavra está soprando em seus ouvidos hoje. As vezes isso requer renuncia, requer deixar de lado alguns projetos pessoais ou mesmo anula-los definitivamente. Minha vida tinha um plano traçado por mim e outro que eu não conhecia bem, mas tinha sido traçado por Deus. Me lembro de que quando recusei uma convocação de um órgão publico por um concurso que havia prestado recebi com espanto em seu rosto a secretaria daquele órgão que, vendo meu semblante tranquilo dizer a ela que não iria aceitar, não conseguia entender aquela chance “ desperdiçada”.
Alguns anos depois, pedindo demissão da empresa publica que trabalhava e me despedindo do presidente, recebi dele uma “confissão” , “eu acho que você está muito convicto do que está fazendo, vejo que isso está lhe deixando feliz, parabéns por seguir esse chamado”
Negar a si mesmo tem esse tipo de significado e seguir a Jesus requererá de nós sempre atitudes que façam jus ao que ele mesmo colocou: de que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma. Perderia minha alma se não tivesse seguido o chamado de Deus, não perderia a salvação, mas perderia sim a razão de minha existência pois como digo sempre “ o sentido da vida está em conhecer a vontade de Deus para a sua vida.
Escute hoje o que Deus está lhe dizendo, para o que ele está lhe chamando, onde ele quer lhe colocar, a quem ele deseja que você fale. Saiba que os dons que ele lhe deu, os talentos que ele colocou em sua vida, a habilidade que você desenvolve seriam pobremente utilizados se servissem apenas para que você tivesse uma boa vida, um bom emprego, ganhasse dinheiro e assim, imaginasse estar feliz. Deus quer mais de você, mas para isso comece a negar a si mesmo e creditar a ele tudo aquilo que dele tem recebido, devolvendo para ele a glória e retribuindo com um coração agradecido sendo um agente de seu serviço, sempre.
Minha oração
Senhor, vejo os talentos em mim, mas me ajude a creditar a ti todos eles e a retribuir com minha vida e com os frutos desses talentos, realizando para ti aquilo que de mim desejas. Me ajude nisso quero negar a mim mesmo e em minha dificuldade preciso de tuas mão, me segure
por Miguel Uchôa | 13 mar, 2013 | Blog
Sou um Milagre
Marcos 8:11-26;1 Coríntios 12:1-11
Crer somente no que é possível não é fé, senão simples filosofia
Thomas Browne
O episódio de hoje do evangelho de Marcos nos reporta aos milagres, sinais e as maravilhas que Jesus fez e que claro, continua fazendo até os dias de hoje. O simples fato de estarmos aqui lendo, meditando em Suas Palavras, orando e buscando a compreensão de Sua perfeita vontade, já se constitui em uma maravilha, um verdadeiro milagre de Jesus, especialmente quando olhamos para o passado e percebemos que Ele, de fato, nos resgatou de uma vida sem sentido, para ao Reino do filho do Seu amor, como bem afirmou o apóstolo Paulo.
Jesus como que “perde a paciência com as pessoas que insistiam na manifestação de sinais. A incredulidade dos religiosos, embaçada pelos seus interesses políticos, transformaram esses religiosos em verdadeiros algozes de Cristo. E, percebemos aqui que a sua paciência tinha limite quando lidava com a incredulidade daqueles que mais deveriam estar crendo. O s sinais já estavam claros, as profecias estavam sendo cumpridas.
No entanto, até mesmo o próprio grupo dos discípulos seguidores próximos de Cristo ainda tinha uma mente confusa e as vezes não compreendia o que Jesus mostrava. Eles entram no barco e Jesus os adverte do fermento dos fariseus, se referindo ao que eles tinham de ruim que poderia levedar toda a massa da espiritualidade de Israel. Mas eles, não entendem, ficam indagando, e mencionam a duvida se era pelo fato de eles não terem pão.. Perceba que Jesus agora se dirige a eles com rigor, já não bastavam os fariseus, agora seus próprios amigos, seus discípulos que recém tinham visto sete pães e dois peixes se multiplicarem em milhares, que tinham presenciado sim, verdadeiros e evidentes sinais agora ficam indagando com dúvidas infantis? E finaliza vocês não entendem? Interessante notar que ao sair dali, ele realiza mais um milagre e cura um cego fazendo-o enxergar diante de todos.
Não estranhe a atitude de Jesus em endurecer o seu discurso com essas pessoas, pela fragilidade de sua fé. Talvez a leitura lhe leve a pensar da mesma forma que Jesus e até mesmo a dizer: “como eles podiam duvidar?” Deixe-me dizer como, da mesma forma que nós, mesmo diante de tantas evidências, também duvidamos em diferentes ocasiões, negamos com nosso silêncio ou com nossos ruídos desordenados. Esses homens, mesmo caminhando com Cristo, eram homens, frágeis como eu e você em nossa caminhada na fé. A exortação inicial de Jesus “Cuidado com o fermento dos fariseus” é bem pertinente, esse fermento que nos afasta da graça e nos transporta com rigidez para a aridez da Lei, retirando de nós o senso de misericórdia. Quando isso acontece, a incredulidade bate em nossa porta.
O nosso espanto diante de um milagre realizado por Deus mediante a nossa oração mostra bem que nosso coração pende mais a não crer do que a crer. Para isso, devemos estar bem junto de Cristo, fazendo isso que você está fazendo, lendo a Sua Palavra, orando, refletindo, meditando, pois as oportunidades de nos afastarmos ganham em muito daquelas que nos levam a uma maior aproximação dele.
O apóstolo Paulo nos leva hoje a refletir nos dons e mais ainda na possibilidade de Deus nos usar, pessoas comuns para a realização de sua obra, de milagres, maravilhas e tantas coisas que estão dentro de seu perfeito plano. Os milagres não ficaram nos evangelhos nem se limitaram ao seu tempo. Deus em Sua imensa sabedoria e providência tem nos equipado, através do Espírito Santo com Dons, seus presentes da graça para darmos continuidade à sua Obra nesse mundo.
Hoje, levante para um dia especial, diga para esse mundo o Deus que você crê, mostre com graça o amor dele, desconstrua com a sua vida os conceitos e pré-conceitos construídos e que permeiam essa geração incrédula. Assim você será o milagre que muitos precisam ver e fará as maravilhas que tantos necessitam.
Quando você se levantar agora, após fazer sua oração, mais um milagre acabou de acontecer, na sua própria vida. Você parou cerca de 10 minutos em meio a um tempo onde se diz que isso significa ouro. Você é um milagre!
Minha Oração
Senhor Jesus, usa-me como Teu instrumento
por Miguel Uchôa | 12 mar, 2013 | Blog
Pão da vida, na mesa e no coração
Marcos 8:1-10;1 Coríntios 11:17-34
Aqueles que veem as mãos de Deus em todas as coisas, devem deixar todas as coisas nas mãos de Deus !
Walter B. Knight
O mais nobre sentimento que alguém pode nutrir por outra pessoa, creio eu, é a compaixão. Quando um coração está cheio de compaixão, significa que existe uma ferida aberta que incomoda, dói, machuca quando vemos alguém sofrendo. A compaixão é como um nervo aberto, sensível e que por pouco sente a dor do outro. O texto do evangelho começa dizendo que Jesus teve compaixão daquele povo. Que povo era aquele? Segundo a maioria dos estudiosos nessa 2a multiplicação dos pães e dos peixes Jesus estava lidando com uma maioria de gentios ou seja essas pessoas não eram majoritariamente Judeus. Moravam em Decápolis cidade conhecida por maioria gentílica.
Perceba que Jesus, havia dito que seu foco principal era o povo de Israel, mas seu coração nunca pode pertencer a um povo ou a uma nação. Ele veio para todos aqueles que de coração aberto o recebessem e isso ficou claro mesmo na fase inicial de seu ministério quando ministrava principalmente aos Judeus.
Uma multidão faminta, uma multidão em busca de esperança, em busca de uma palavra de consolo, de amor, esses eram os que ali estavam seguindo a Jesus e caindo ficaram desguarnecidos, provavelmente porque a sua atenção estava em ouvir a Jesus. O Senhor, se compadecendo deles realiza pela 2a vez uma multiplicação milagrosa de peixes e pães. Não podemos tratar esse segundo milagre como algo sem relevância, apenas uma repetição do primeiro, especialmente pelo fato de estar falando a uma maioria não judaica.
Jesus disse que era o pão da vida e quem comesse desse pão jamais teria fome. A compaixão de Jesus nunca permitirá que você tenha fome de Deus, Ele mesmo saciará sempre essa fome com sua presença consoladora, seu amor infinito, suas palavras doces aos nossos ouvidos, seu consolo indescritível. Aquela multidão não fazia ideia do que aconteceria e de como a sua sede seria saciada, mas optou por estar com Ele mesmo assim. Essa é a atitude que precisamos ter. Sempre.
Chegamos à carta aos coríntios e na continuação Paulo está ministrando para aqueles crentes que não haviam compreendido ainda a realidade do que seria o verdadeiro amor de Deus. Sinceramente, creio que apenas rotular esses irmãos de Corinto como cristãos carnais não ajuda muito, pois nós também nos expressamos de algumas maneiras que facilmente poderíamos ser rotulados de carnais. A falta de limites nas celebrações do ágape ( ceia) era uma das coisas equivocadas desses irmãos. Eles estavam comendo a Ceia equivocadamente e usando aquele momento para outros prazeres que não a memória da morte e ressurreição de Cristo. No entanto fico pensando, se o apóstolo desse uma passadinha em algumas festinhas de igrejas evangélicas, talvez se escandalizasse com a atitude de tantos que se jogam em direção às mesas numa gincana do tipo quem pega mais e o que pega de mais.
Paulo esta lidando com cristãos novos, pessoas que habitavam em uma cidade marcada pelo paganismo e divindades e cultos pagãos. Interessante porque o motivo da exortação do apostolo se trata exatamente de comida e da maneira que eles estavam comendo e celebrando a Ceia do Senhor. Mas perceba que a primeira exortação se refere à divisão que existia entre eles, portanto vamos de antemão lembrar que como cristãos somos um corpo, uma igreja e uma das maiores expressões de carnalidade é justamente a falta de sensibilidade para com as diferentes comunidades cristãs. O exclusivismo não faz parte do coração compassivo de Jesus.
De uma forma ou de outra, Jesus será sempre o Pão da Vida, alimentando milhares ou sendo lembrado numa mesa, em torno do pão e do vinho. É Ele quem está conosco, É Ele quem consola, conforta, supre, alimenta o corpo com sua provisão e a alma com o seu Espírito
Tenha certeza de que Jesus está a seu lado, bem aí nesse exato momento, pronto para lhe direcionar para o lugar de abundancia, fartura e prazer e esse lugar não se pode descrever exatamente pois para cada pessoa terá sempre uma conotação particular. Para mim pode ser um livramento de qualquer tipo, pra você pode ser uma palavra de consolo. Não importa, importa sim que Seu coração compassivo nunca permitirá que soframos pelo que Ele mesmo já sofreu em nosso lugar.
Venha para perto de Jesus, ele proverá, celebre Jesus sempre e quando estiver em torno da mesa lembre que aquela mesa é a mesa da provisão pois registra a maior expressão de amor que já se viu, um justo morrer pelo pecados de todos e um Deus que entrega esse justo, seu filho para nossa salvação.
Minha Oração
Deus querido nesse dia onde pude refletir sobre a Tua perfeita provisão , me ajude a perceber a grandeza de Teu poder e de Tua misericórdia. Não permita que minha mente racionalize tanto que embace meus olhos nem que meu coração se endureça ao ponto de não me permitir perceber a Tua doce presença e provisão